Sabiá...Até um dia!

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

30 anos sem Clara Nunes


ilustração Kelvin Koubik "Kino"*

“Quando eu vim de Minas, trouxe ouro em pó”. Os versos do samba de Xangô da Mangueira, gravados por Clara Nunes em 1973, traduziam em poucas palavras sua trajetória artística. A “mineira guerreira” saiu da pequena cidade de Caetanópolis, no interior de Minas Gerais, para levar a todo o Brasil a imensa beleza contida em composições de artistas populares. Para milhões de brasileiros, trouxe “ouro em pó” em forma de música.

A vida e obra da cantora, nascida Clara Francisca Gonçalves em 12 de agosto de 1942, é um capítulo à parte na história da música popular brasileira. Superando dramas, obtendo vitórias, quebrando paradigmas e registrando para a posteridade belas melodias, Clara encantou, foi amada, idolatrada por multidões. Intensa, conheceu o sucesso em sua forma mais avassaladora. Fugaz, morreu de forma trágica, no auge, aos 40 anos de idade.

Sua biografia se fez amparada em várias escolhas acertadas, que a conduziram ao sucesso.Seria Clara Nunes um grande nome da música brasileira se tivesse interpretado somente boleros e músicas românticas, base do repertório do início de sua carreira? Conheceria os meandros do samba tão bem, e se consagraria como uma das maiores intérpretes do gênero, se não fosse conduzida pelas mãos do produtor Adelzon Alves?Sem Paulo César Pinheiro ao seu lado, teria ela diversificado o repertório, consagrando-se definitivamente como uma das maiores intérpretes da música brasileira? Seria tão adorada pelas gerações posteriores se não tivesse escolhido tão bem os compositores e registrado suas obras com tanto esmero? São questões que destrincham o que foi Clara Nunes e nos mostram porque, 30 anos após sua morte, seu nome permanece tão vivo.


http://www.notaderodape.com.br/2013/04/30-anos-sem-clara-nunes.html

USP ESPECIAIS programa que resgata a trajetória dos grandes nomes da música, nacional e internacional.





http://www.radio.usp.br//programa.php?id=74&edicao=130413

ARQUIVO N PELA GLOBO NEWS ESPECIAL CLARA NUNES 24/04/2013



Às 23:00hs pela Globo News.


Há 30 anos, morreu Clara Nunes, umas das maiores artistas brasileiras e a primeira do país a vender 100 mil cópias de um LP. O Arquivo N de quarta-feira (24) presta uma homenagem à cantora. O telespectador vai conhecer toda a trajetória da artista que, através de sua música, levou o Brasil, em plena década de 1970, a lugares bem distantes como a África e o Japão.

Clara começou a trabalhar como tecelã e acabou se tornando um dos nomes de maior destaque da música brasileira. Sua imagem virou símbolo de sincretismo religioso e levou a umbanda e o candomblé para a MPB. No programa, sua história é contada por ela mesma através de entrevistas que concedeu à Globo ao longo da carreira. Em seus depoimentos, fala dos mais variados temas como religião, superstições, a infância pobre em Paraopeba, cidade de Minas Gerais, e seu amor pelo compositor Paulo Cesar Pinheiro.
O programa resgata ainda imagens de uma reportagem do Fantástico em que Clara volta à sua cidade natal para uma visita, imagens do início da carreira, de sua primeira canção de grande sucesso , ‘Você passa eu acho graça’, e de sua participação especial no filme ‘Na onda do Iê, Iê, Iê’, em 1966.
O Arquivo N em homenagem a Clara Nunes vai ao ar na quarta-feira (24), às 23h, na Globo News.

Volta, Clara... Teatro Clara Nunes, importante centro de produção artística de Belo Horizonte, vai retomar suas atividades ainda este ano, com a parceria do governo de Minas com o Sesc-MG




O ano é 1966. Em plena ditadura militar, entra em cartaz no Cine Teatro Imprensa Oficial, em Belo Horizonte, a peça infantil Liderato, O Rato que Era Líder, escrita por André Carvalho e Gilberto Mansur. A peça conta a história de um país diferente, povoado por ratos, e, por meio de várias situações políticas, leva o público a entender o sentido do voto. Não deu outra: apesar do delírio que causava na plateia, durante o ano em que ficou em cartaz foi censurada pelos militares, por meio do temido Ato Institucional nº 5 (AI5). “Era um texto bem crítico e a censura logo proibiu”, lembra Pedro Paulo Cava, ator, produtor teatral e diretor do espetáculo Liderato. Para ele, esse exemplo de resistência da classe artística contra as imposições políticas do turbulento período da ditadura no Brasil mostra a importância do teatro Imprensa Oficial, criado no início da década de 1960 e que passou a se chamar Clara Nunes em 1993. Ele vai ser restaurado e reaberto ao público ainda este ano – está fechado desde 2009 –, segundo anúncio do governador Antonio Anastasia feito em fevereiro.


A expectativa em torno do novo teatro Clara Nunes é ainda maior, porque sua reforma e administração ficará a cargo do Serviço Social do Comércio de Minas Gerais (Sesc-MG). “Essa oportunidade permitirá que a rua Rio de Janeiro se transforme num corredor de teatros, acoplando o Clara Nunes, que é uma casa de porte intermediário, ao Sesc Palladium, que é grande, um dos maiores de BH”, explica Eugênio Ferraz, diretor-geral da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais. Como o contrato ainda não havia sido assinado, até o fechamento desta edição não se tinha o projeto arquitetônico, com informações de como ficará o espaço, que antigamente recebia até 400 pessoas e chegou a abrigar festivais de cinema, nos anos 1960 e 70.