Sabiá...Até um dia!

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domingo, 22 de maio de 2011

RELEMBRE BELAS INTERPRETAÇÕES DE MÚSICAS RELACIONADAS 


                                          À UMBANDA






Na sexta-feira, 13 de maio, a Umbanda comemora o Dia dos Pretos Velhos
Para celebrar a data, que coincide com a Abolição da Escravatura, confira algumas inesquecíveis interpretações de canções da MPB relacionadas à religião - seja reverenciando guias espirituais, seja fazendo referência a orixás africanos -, exibidas em programas da Rede Globo, e curta ainda uma seleção especialíssima de músicas feitas pelo Sistema Globo de Rádio.
Pai Etiene Sales, sacerdote umbandista e membro fundador da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, fala sobre a importância da data:
- A Umbanda tem como pressuposto a ajuda ao próximo. Trabalha com a visão dos orixás como energias da natureza, e com entidades espirituais, como o Preto Velho, que simboliza o ancião, quem transmite o conhecimento. Muitos Pretos Velhos foram escravos, por isso a escolha do dia da libertação dos negros para celebrar aqueles que voltaram para ajudar o próximo e ensinar sobre o perdão e a humildade.


Em vídeo, confira perfomances exibidas em programas da Rede Globo:



Clara Nunes aproveita uma viagem à Foz do Iguaçu para um show e  canta "Guerreira", de João Nogueira e Paulo César Pinheiro em clipe exibido noFantástico, em 1978. Neste grande sucesso da música brasileira, a inesquecível artista saúda santos católicos, orixás e guias espirituais.





sexta-feira, 20 de maio de 2011

COLETÂNIA DE SUCESSOS CLARA NUNES 2011 EMI


Conto de Areia 

Artista: Clara Nunes

Gravadora: Emi Music 

Categoria: MPB / Cantores e (As)

Grandes Sucessos é uma primeira formada de CDs contendo a seleção mais atualizada de hits de 24 grandes artistas de todos os estilos e fases da história. Os sucessos remasterizados com a mais alta tecnologia refletem o cuidado artesanal do material gráfico que inclui capas e títulos diferenciados com todas as letras no encarte.

Faixas do CD:

1. Conto de Areia

2. A Deusa dos Orixás

3. Coisa da Antiga

4. o Mar Serenou

5. Canto das Tres Raças

6. Feira de Mangaio

7. Peixe com Coco

8. Menino Deus 

9. Portela na Avenida

10. Lama

11. Nação

12. Tristeza Pé No Chão

13. Meu Sapato Já Furou

14. Na Linha do Mar

15. Candongueiro

16. Guerreira

JÁ A VENDA NA SARAIVA

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O samba bateu outra vez

Lapa Multshow (BH) recebeu Velha Guarda da Portela e Zé da Guiomar
 30/04/11 14:08




Se em 2009, Moacyr Luz lançava o Samba Bate Outra Vez, em 2011, a Velha Guarda da Portela sela a parceria do projeto com o programa Conexão Vivo, dando continuidade à série de shows que acontecem nesse terceiro ano de história e de samba.

Para o produtor do projeto, Guilardo Veloso, não era dia de trabalho, mas de muita festa. Estava concretizado o antigo desejo de trazer para os palcos de Belo Horizonte toda a tradição de uma guarda de samba, com uma produção complexa, envolvendo um grupo de 17 pessoas e todos os cuidados que os senhores do samba merecem.  “Só quero ver o Monarco fazer música de verdade para essa galera”, revela Guilardo. Ele ainda conta que, graças à parceria estabelecida também com a Rádio Inconfidência, o Samba Bate Outra Vez consegue trazer para cidade os melhores do samba do país, desde mestres como o estreante Moacyr a grupos como o Casuarina, que vem ganhando projeção nacional.


E para abrir alas, o grupo prata da casa Zé da Guiomar, quarteto famoso pelas performances nas casas noturnas de BH, aqueceu o público com repertório que passou por canções próprias a Tom Jobim, Cartola, Jorge Mautner, Nelson Jacobina. Em homenagem à próxima atração, dedicaram “Candeia” e encerraram o show não antes de lembrar que a cena do samba se fortalece é com encontros como o que estava sendo realizado naquela noite. 


E se enquanto a Velha Guarda esperava a hora para entrar, alguns integrantes tiravam aquele cochilo com direito àquelas “pescadas”, em cima do palco o que houve foi um esbanjo de vigor. Até mesmo quando aquela chata microfonia aparecia para atrapalhar o som, Monarco mandava o show continuar.

Formada por antigos integrantes da Escola de Samba Portela e fundada em 1923, com o passar do tempo, a formação da Velha Guarda é alterada. Como disse Monarco, as peças mais velhas vão sendo substituídas por outras um pouco menos gastas, sempre levando em conta a história e o passado de cada um que faz parte desse grupo. Mas como bem dito nos palcos, “Estamos velhos, ma ainda não morremos”, exalta o cantor de voz grave e certeira. 

Com muito garbo, trajados de branco e termo azul, os 10 integrantes se apresentam. Era como se fosse um desfile de história. “Hoje o samba virou patrimônio, a polícia que perseguia sambista, hoje abre caminho pra gente passar. E é por isso que a gente anda alinhado assim, com elegância, para civilizar o samba”, explica Monarco. 


No setlist, canções escolhidas a dedo do vasto repertório dos clássicos do samba. “O mundo é assim”, “Isolado do Mundo”, “Você me abandonou”, “Quantas lágrimas”, “Foi um rio que passou” e mais 13 canções, incluindo “Quitandeiro”, previamente selecionada para entrar no roteiro de improviso. O que não faltou foram dedinhos levantados pelo público e exaltação no melhor do cancioneiro popular.

Nos camarins, Monarco falou dos novos tempos e da árdua tarefa de manter umrepertório vivo. “Até a gente teve que acompanhar a evolução. E foi graças a um conselho da Marisa Monte, que não é nossa madrinha porque madrinha a gente só tem uma. A nossa já morreu, mas continua sendo nossa madrinha [sobre Clara Nunes]. Mas Marisa nos acompanha e, carinhosamente, ela falou pra gente arrumar um empresário. E ele faz o que a gente não dá conta de fazer, mexe na internet, arruma shows pra gente tocar, lê nossos emails... e assim a gente segue fazendo nossa música com toda a honestidade, tentando manter vivo o trabalho de gente que já se foi”.

Do morro

A noite também teve intervenção do Cidade Hip Hop, projeto integrante da rede Conexão Vivo. A tela feita pelo grafiteiro Martokos, de São José da Lapa, irá compor a exposição  “o Hip Hop no ritmo da cidade”, que será lançada no dia 11 de maio no Centro Cultural UFMG.
Estão sendo realizadas uma série de cinco intervenções em espaços selecionados em Belo Horizonte. Segundo Romulo Silva, coordenador do projeto, a proposta da ação de ontem foi unir o grafitti e o samba, duas categorias que surgiram no morro e tomaram projeção na cidade. 

domingo, 1 de maio de 2011


Atrito com Ivete Sangalo, choro de Roberto Carlos, confissões de Milton Nascimento e chilique de Tom Zé vão parar em livro


Christina Fuscaldo - O Globo Online
O livro 'A MPB de conversa em conversa' / Divulgação

RIO - Caetano Veloso estava há 17 anos sem fazer show no Espírito Santo e, mesmo assim, sua assessoria não liberou entrevistas. Depois de duas semanas tentando travar um contato, José Roberto Santos Neves escreveu uma matéria para a capa do caderno de cultura do jornal capixaba "A Gazeta", chamada "Como querer caetanear", comentando a ausência do cantor no estado. O jornalista foi ao show com o jornal em punho, que foi entregue à assessora de imprensa. Minutos depois, veio a notícia: "O Caetano vai dar entrevista, sim, mas só para o seu jornal". Essa e muitas outras histórias de bastidores da reportagem estão reunidas no livro "A MPB de conversa em conversa", que José Roberto, hoje editor do caderno que impressionou Caetano, lança nesta sexta-feira, na Modern Sound, em Copacabana.

Logo no início do livro, o jornalista de 36 anos (e pouco mais de 13 de carreira) dedica seu trabalho a Clara Nunes e Maysa, duas cantoras que, por questão de época, não foram entrevistadas por ele
 que, para minimizar a frustração, publicou em 2005 "Maysa", a primeira biografia dedicada à cantora. Mas quarenta dos medalhões com quem conversou entre 1995 e 2005 estão lá nas 365 páginas.
- Foram muito mais do que 40, fiz mais de 400 entrevistas. Foi uma atividade intensa, sempre com o objetivo de reunir os bastidores em um livro. São histórias que não são publicadas no jornal, que a gente acaba eliminando por falta de espaço. Elas revelam como é a luta para conseguir uma entrevista, ainda mais quando você não está no Rio ou em São Paulo, mas num lugar onde Caetano Veloso não faz show há 17 anos - diz José Roberto.
Me perguntaram porque coloquei a entrevista com Ivete Sangalo no livro. Ué, ela não canta música popular brasileira?
Vencendo obstáculos, José Roberto entrevistou Gilberto Gil, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Zé Ramalho, Alceu Valença, Dori Caymmi, Jorge Aragão e vários outros "grandes nomes". Ele estava lá quando Roberto Carlos se debulhou em lágrimas em uma das primeiras coletivas de imprensa após a morte de Maria Rita, sua esposa. Ele ouviu o desabafo de Milton Nascimento sobre a falta de respeito de jornalistas quando seu quadro de diabetes piorou. O jornalista conversou com Paulinho da Viola sobre o mal-estar com Gilberto Gil por causa de valores de cachês de shows. E ouviu Elza Soares declarar que o Brasil é um país racista.
- Me preocupei também em colocar as discussões que marcaram a indústria fonográfica: a cruzada do Lobão contra o jabá; a pirataria; asuntos pontuais e históricos, como a participação de Milton Nascimento no Clube da Esquina e a do Caetano na Tropicália. Não tive preconceito com relação a estilos musicais, porque o conceito de MPB está pulverizado. Me perguntaram porque coloquei a entrevista com Ivete Sangalo no livro. Ué, ela não canta música popular brasileira? Mas, claro, isso não quer dizer que sou fã de Ivete ou que ache que ela está no mesmo patamar de Chico Buarque.

O escritor José Roberto Santos Neves, autor do livro 'A MPB de conversa em conversa' / Divulgação / Claudio Postay

Aliás, Ivete Sangalo talvez possa ser considerada a segunda personagem polêmica do livro depois de Angela Ro Ro. Esta deligou o telefone na cara de José Roberto duas vezes antes de dar a entrevista. Já a baiana não fez nenhum tipo de grosseria. Ela deu uns foras no jornalista, mas, em contrapartida, citou o nome dele no palco. No livro, ele também morde e assopra:
- Na entrevistei, ela disse que tudo na Bahia era divino e maravilhoso. Aí, perguntei se ela colocava Chiclete com Banana, Asa de Águia e É o Tchan no mesmo caldeirão de Caetano, João Gilberto e Dorival Caymmi. Ivete disse que era nova demais para saber a diferença entre a música boa e a medíocre. Eu disse que tinha a mesma idade dela, na época 28 anos, e estava perguntando. Aí ela respondeu que era melhor fazer disco ruim do que cheirar cola ou assaltar. Depois, me pediu opinião sobre bandas do Espírito Santo e eu falei da Casaca. Ela cantou música deles e citou a fonte, eu, coisa que artista não faz.
No meio, pedi para o Tom Zé repetir algo que não entendi e ele começou a dar um chilique. Foi muito grosso comigo
Tom Zé também não foi lá muito simpático quando descobriu que José Roberto não estava gravando a entrevista que fazia por telefone. Mas o jornalista conseguiu contornar a situação e continuar a entrevista.
- Na hora de eu ligar para ele, o aparelhinho para ligar o gravador no telefone sumiu. Aí, no meio, pedi para o Tom Zé repetir algo que não entendi e ele começou a dar um chilique. Foi muito grosso comigo. Esperei passar a crise para explicar que o aparelho sumiu e que não queria perder a entrevista, porque ele era um cara importante, fundamental para a história do Tropicalismo. Foi engraçado. A gente leva foras porque lida com a vaidade do artista - lembra José Roberto.
José Roberto é neto do folclorista Guilherme Santos Neves e sobrinho dos romancistas Luis Guilherme e Reinaldo Santos Neves, todos do Espírito Santo. Ele toca bateria e já integrou duas bandas, The Rain e Big Bat Blues Band. Em 1995, lançou como projeto de graduação o caderno Fanzine, dedicado ao mercado alternativo, que existe até hoje no jornal "A Gazeta".