Rio - Estive em Paris onde fui gravar com a cantora
Nana Mouscouri, conhecida como a primeira dama
da música francesa. Também viajei para fazer um
pré-lançamento do meu livro ‘Romance Fluminense’
na língua deles. Por lá, muita gente já sabe que a
Unidos de Vila Isabel vai cantar Angola no próximo
Carnaval.
Nana Mouscouri, conhecida como a primeira dama
da música francesa. Também viajei para fazer um
pré-lançamento do meu livro ‘Romance Fluminense’
na língua deles. Por lá, muita gente já sabe que a
Unidos de Vila Isabel vai cantar Angola no próximo
Carnaval.
dos países ainda era colônia. Em 1980 voltei
a Luanda, ainda em tempo de guerra civil, mas
com Lobito e Benguela sobre controle. Entretanto
havia o toque de recolher e eventos que reuniam
muita gente estavam proibidos, mas o governo
resolveu realizar um grande acontecimento musical
e, comandados pelo Fernando Faro, o Baixinho,
saiu do Brasil um avião da TAAG lotado, levando
uma caravana de artistas solidários com aquele
país irmão. Sem receber nenhum cachê, capitaneados
pelo Chico Buarque de Hollanda, foram as irmãs
Miúcha, Cristina e Pií, assim como Olívia Hime,
Vanda Sá, Francis Hime, Edu Lobo, Noveli e o
novato Djavan. Eu indiquei o João Nogueira,
Clara Nunes, Dona Ivone Lara, João do Vale e
o Conjunto Nosso Samba. O Baixinho convidou
a Elba Ramalho, o Quinteto Violado e o Dorival
Caymmi, além de músicos que me fugiram da
memória e outras pessoas, como o radialista
Fernando Mansur, hoje na MPB FM. A tônica do
espetáculo foi o samba, mas os shows terminavam
com todos os artistas no palco cantando o Cio
da Terra, do Chico e do Milton Nascimento. O
evento foi batizado como Projeto Calunga e até
hoje é citado como o maior espetáculo musical
ocorrido em Angola.