Sabiá...Até um dia!

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domingo, 26 de agosto de 2012

Debate celebra 70 anos de Clara Nunes


Mineira, guerreira, filha de Ogum e Iansã, como ela mesmo cantava. Morena de Angola, a Deusa dos Orixás trouxe As forças da natureza e Canto das três raças, exaltou sua escola de samba do coração, Portela e encantou não só o Brasil, mas o mundo todo. Clara Francisca Gonçalves levou sua ginga, sua crença, sua música e sua história para marcar seu lugar na MPB. No dia 12 de agosto de 2012, ela faria 70 anos e para celebrar a data, o escritor e pesquisador carioca Vagner Fernandes fez ontem (21) um debate sobre a carreira e vida da cantora mineira. Rita Ribeiro interpretou canções do CD Alvorecer, clássico de Clara Nunes. O evento aconteceu na casa de shows Miranda, na Zona Sul do Rio.
"É um das personagens por quem tenho idolatria", diz Vagner, que lançou seu primeiro livro em 2007, uma biografia chamada Clara Nunes - Guerreira da Utopia(Editora Ediouro). Ele, que desde pequeno teve contato com o samba por causa da família, conta que a artista sempre foi muito presente em sua vida.
"Em 2003, comecei a pesquisar sobre a vida e obra dela. Deparei-me com uma personagem rica de conteúdo tanto do ponto de vista pessoal quanto artístico", explica ele. Segundo o escritor, seu livro pretende mostrar quem era a mulher por trás daquelas roupas brancas, que traduzem as religiões afro brasileiras e fez tanto sucesso.

Para Fernandes, Clara Nunes figura no ranking de grandes divas da MPB, ao lado de cantoras como Gal Costa, Maria Bethania e Elis Regina. "É uma cantora que tinha grande capacidade de interpretação. Ela cantou Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Luiz Gonzaga, deixou um legado atemporal e singular".

Sobre a participação no projeto de Rita Ribeiro, o escritor enaltece seu brilhantismo, com teatralidade semelhante à de Clara. "Rita também canta com dramaticidade, com a alma, tem força cênica e verdade na voz", define.

Clara Nunes partiu há 29 anos. Sua história, porém se faz sempre presente nas lembranças de seus fãs, em 16 anos de carreira. Clara virou nome de rua no bairro de Oswaldo Cruz, subúrbio carioca. Clara virou memória, saudade, música, samba.

http://www.sulfluminense.com.br/site/noticiasDetalhes.asp?cod=12015