Sabiá...Até um dia!

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Clara Nunes envolvida na Ditadura militar!ABSURDOOOOOOOOOOOOOOOO!



Na ditadura, militares complicam artistas em documento

Nomes como os de Roberto Carlos e Clara Nunes estão em informe do Exército em 1971

Jornal do Brasil
Henrique de Almeida


Na ânsia de prestar serviço a seus superiores, os militares e seus informantes que trabalharam do lado da repressão durante a ditadura militar (1964-1985) acusavam injustamente artistas, ainda que algumas vezes o fizessem como se os estivessem defendendo.

Um documento de 25 de novembro de 1971, Info 2755/71/S-103.2, do antigo Centro de Informações do Exército(CIE), a pretexto de acusar alguns jornais e revistas de "imprensa marrom", relaciona os "artistas que se uniram à Revolução de 64 no combate à subversão e outros que estão sempre dispostos a uma efetiva cooperação com o Governo".

Entre os nomes apresentados na lista a que o Jornal do Brasil teve acesso (veja abaixo) estão Aguinaldo Timóteo, Antônio Marcos, o conjunto a Brazuca, Clara Nunes, Wanderley Cardoso, Roberto Carlos, Rosemary e até o jogador Jairzinho, centro avante da Seleção Canarinha, tricampeã em 1970. São pessoas que não tinham o hábito de se posicionarem politicamente naquela época. Alguns eram até considerados "alienados" pelos intelectuais e artistas de esquerda, mas jamais haviam sido apontados como "colaboradores" da ditadura.

O "Informe" foi resgatado pelo ex-preso político, o jornalista Aluízio Ferreira Palmar, 69 anos, ex membro do MR-8, que foi para a fronteira tentar incitar uma guerrilha contra o regime militar. "Esse documento era do CIE, e foi difundido para outros órgãos de inteligência em todo o país pela Polícia Federal. Uma cópia foi parar na Coordenação Regional do Arquivo Nacional (Coreg). É um documento público, dentre os vários aos quais tive acesso", explica Palmar.

O documento

Estes documentos da época da repressão política por ele resgatados estão expostos em uma página na internet (www.documentosrevelados.com.br). Ali está, por exemplo, o Informe 2755, com o timbre do Ministério do Exército e o selo do Centro de Informações da corporação. O documento explicita:

"Está havendo uma tentativa progressiva de alguns grupos da imprensa nacional de ressurgirem a denominada "imprensa marron" (...) No momento, procuram atingir a honra de vários artistas populares, através de noticiário maldoso e infamante, alguns incidindo na vida íntima e privada dos mesmos. Observa-se, no entanto, que o desgaste recai, seguidamente, sobre determinados artistas que se uniram à Revolução de 64 no combate à subversão e outros que estão sempre dispostos a uma efetiva colaboração com o governo."


Documento lista nomes de artistas que estariam sendo atingidos pela dita " imprensa marrom".
Em seguida, são citados os nomes dos artistas: José Fernandes, Wilson Simonal, Alcino Diniz, Rose Mary, Roberto Carlos, o jogador Jairzinho(Botafogo), Erlon Chaves, Agnaldo Thimóteo, Clara Nunes, João Dias, Wanderley Cardoso, o conjunto Brasuca, Lilico, Antônio Carlos, Marcos Lázaro e outros.

Pelo informe do Centro de Informações do Exército, os principais veículos responsáveis pelas difamações eram a Revista Intervalo, da Editora Abril; a revista Amiga, da Bloch Editores S.A; os "jornalecos semanais", de acordo com o documento, como o Pasquim e o Já; e a coluna social do jornal A Última Hora (uma referência à coluna do jornalista Tarso de Castro).

O caso Simonal

Curiosamente, este "informe" ataca a chamada "imprensa marrom" que, segundo os informantes dos militares, estaria acusando artistas de estarem envolvidos com o regime ditatorial. Cita nomes que jamais foram apontados como colaboradores da ditadura, mas no meio destes inclui personagens conhecidos historicamente por terem feito o papel de delatores.

É o caso do cantor Wilson Simonal que foi condenado pelo crime de "extorsão mediante arma de fogo", pelo juízo da 23ª Vara Criminal. Ele conseguiu que seus amigos, agentes da Delegacia de Ordem Política e Social (o famigerado DOPS) espancassem seu ex-contador, Raphael Viviane, até que ele assinasse um documento abrindo mão de uma ação trabalhista que movia contra o cantor.

Conforme levantou o jornalista Mário Magalhães, na Folha de S.Paulo, em junho de 2009, na época houve pressão dos militares a favor do cantor por ele ser colaborador das Forças Armadas e informante do DOPS. Estas "atividades" paralelas do cantor constam do processo que o condenou.

Outro citado no Informe do CIE foi o maestro Erlon Chaves, também já falecido. Ele, segundo pessoas que o conheceram bem, era um defensor dos governos militares, mas jamais foi informante ou delator. Apesar disto, acabou preso por "atentado à moral" ao fazer um show em que as bailarinas apresentaram uma dança mais erotizada. Ele jamais perdoou seus amigos do governo por esta prisão.

LIsta causa surpresa

Apesar das explicações de Palmar, em nota, a assessoria do Arquivo Nacional diz que os documentos em questão não constam nas bases de dados dos acervos do Sistema Nacional de Informações e Contrainformações - SisNI, tampouco há registros dos documentos reproduzidos por solicitação do Sr. Aluizio Palmar, quando de suas pesquisas na Coreg.

Autor da biografia de Clara Nunes, Vagner Fernandes se surpreendeu com a inclusão da cantora no documento e busca uma explicação para esse fato.


Clara Nunes aparece como cooperadora do governo militar, na ditadura

"A Clara Nunes gravou um samba do Chico Buarque, Apesar de você. O governo percebeu que o conteúdo da música era "revolucionário" e a EMI/ODEON obrigou-a a gravar o hino das Olimpíadas do Exército. Por causa disso ela foi muito massacrada por alguns jornais. Ela não era muito envolvida com política", explicou o autor.

O próprio Aluízio Palmar ficou surpreso quando teve acesso à informação: "Clara Nunes nunca foi desse meio político. Me surpreendi, mas não dá para dizer que é uma montagem. É claramente um documento oficial."

Jairzinho, o único jogador de futebol citado no documento, rebateu a insinuação com poucas palavras:

"Eu sei o que é jogar bola, eu sei o que é fazer um país comemorar uma vitória na Copa do Mundo. O meu seguimento é só futebol, eu não me meto em política, nem naquela época eu o fazia."

A assessoria de Roberto Carlos não se pronunciou sobre o assunto.







Wilma Araújo homenageia Clara Nunes no próximo “Maior Barato”


Na próxima quarta-feira (12), o projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato receberá, no centenário palco de Alagoas, o espetáculo “Clara Guerreira Clareou”, de Wilma Araújo, uma homenagem aos 70 anos que a cantora Clara Nunes, se estivesse viva, teria completado no dia 12 de agosto passado. O espetáculo terá início às 19h, com ingressos a R$ 5,00 (meia) e R$ 10,00 (inteira), no Teatro Deodoro.

O show

Clara Guerreira Clareou é um show que já vinha sendo elaborado para a comemoração de 70 anos da grande intérprete Clara Nunes. Se viva estivesse, Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida por Clara Nunes, nossa eterna Sabiá, estaria com 70 anos. Em homenagem a esta voz de ouro que fez história no cenário da música brasileira é que foi elaborado este show. Com cada canção escolhida a dedo, o show foi montado e um piloto foi apresentado no evento Xangô Rezado Alto.

O show se inicia com “Canto das Três Raças”, canção que retrata o elemento negro no Brasil, e com esse gancho de africanidade segue-se uma sequência de canções que fazem relação com o mesmo.

Mostrando a importância e influência que a umbanda tinha na vida de Clara, o show tem também músicas como ‘Banho de Manjericão’ e ‘Deusas dos Orixás’. ‘Feira de Mangaio’ é também incluída no show, sendo o divisor do repertório. E na terceira parte, encontramos os sambas consagrados por Clara, inclusive os de sua outra paixão, que era a escola de samba Portela.

Ficha técnica:

•Wilma Araújo – Voz

•Carla Araújo – Vocal

•Marcus Vinicius – Cavaquinho e vocal

•Adriano – Violão

•Ailton – Contrabaixo

•Junior – Tantan

•Max – Percussão

•Edemilson – Surdo

•Cícero – Bateria

•Tiago – Acordeon

•Paulinho – Roadie

•Henrique – Iluminação

•Whytna – Produção

SERVIÇO:

Teatro Deodoro é o Maior Barato – 13ª edição

Teatro Deodoro

Wilma Araújo - Espetáculo: “Clara Guerreira Clareou”

Data: 12 de setembro (quarta-feira), às 19h

Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia), na bilheteria do Teatro Deodoro

Informações: (82) 3315-5656/5665

www.teatrodeodoro.al.gov.br

ascomteatro.blogspot.com

Realização: Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas /Governo de Alagoas

Apoio: Instituto Zumbi dos Palmares

Contato com a produção do show: (82) 9664-0622 / 9302-6686