Sabiá...Até um dia!

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sexta-feira, 29 de julho de 2011

ENTREVISTA DIOGO NOGUEIRA



O cantor e compositor Diogo Nogueira traz hoje ao palco do Teatro Riachuelo um mosaico de velhos e novos sambas, clássicos e composições autorais do novo álbum Sou Eu - dos mais vendidos na atualidade no mercado nacional. O filho do sambista João Nogueira representa hoje a nova cara do samba moderno. Não só nos arranjos. A figura do malandro, exibida nas telas do cinema no clássico Ópera do Malandro (Cacá Diegues, 1970), ficou presa no passado, ou seria o "mané" de hoje em dia, segundo o próprio Diogo Nogueira - o malandro moderno - disse na entrevista cedida ao Diário de Natal.

Filho de sambista, de malandro de uma época mais romântica, talvez. Ainda existe a figura do malandro hoje em dia?

O termo "malandragem" foi mudando de significado com o passar dos anos. O cara pensa que é malandro, fazendo armações, passando os outros pra trás... Mas não sabe que ele é o verdadeiro "mané"!! 

E nos arranjos e interpretação do samba. Vemos o surgimento de intérpretes como Roberta Sá e Maria Rita que "bebem" do samba e imprimem também um tom bossanovista. Você acha saudável essa mescla?

Claro! Acho que todas as mesclas, desde que bem feitas, são bem-vindas. Roberta Sá e Maria Rita são cantoras maravilhosas e vêm apresentando um ótimo trabalho.

Falta uma nova Alcione no samba, hoje?

Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes são cantoras que sempre fizeram enorme sucesso com bons sambas, mas vejo uma nova geração muito boa surgindo. Tem a Mariene de Castro, da Bahia, que é um furacão e ainda vai ser muito falada no Brasil. Tem a Aline Calixto, que mora no Rio, mas veio de Minas, como a Clara. Tem aDhi Ribeiro, de Brasília. São grandes cantoras que em breve estarão mais conhecidas do grande público. 

Sou Eu é o título homônimo da canção cedida por Ivan Lins e Chico Buarque. Como se deu esse presente?

Essa história é engraçada. O disco já estava sendo prensado quando o Chico me ligou e disse: "Diogo, aqui é o Chico". Perguntei: "Que Chico?". E ele respondeu: "O Chico Buarque, p...! (risos)". Nós conversamos e ele me disse que tinha feito uma música que ficaria maravilhosa se eu a cantasse. Pedi a música, ouvi e liguei para meu empresário mandando parar a prensagem do CD, que já estava na fábrica naquela altura, quase pronto para ser lançado. Todo mundo gostou muito e gravamos a música em apenas dois dias, que ainda ganhou a participação especialíssima do próprio Chico. E na gravação do CD e DVD Sou Eu, tivemos a participação também do Ivan Lins e o resultado ficou lindo. 

Você recebe semanalmente sambistas de primeira qualidade em seu programa televisivo. Qual deles lhe encantou mais após o bate-papo?E quais suas influências?

Foram muitos programas gravados nesses dois anos. Tenho tido a alegria de cantar e conversar com nomes consagrados da nossa música e também de estar acompanhado da nova geração. Cada programa tem um tema, e normalmente juntamos dois artistas para esse mesmo tema. Isso faz com que tenhamos sempre programas dinâmicos e divertidos. Tenho adorado fazer o Samba na Gamboa, que vai ao ar em rede nacional todas as terças-feiras, às 23 horas, na TV Brasil.

Você fez recentemente uma turnê pela Europa, com sucesso. Ano passado recebeu o Grammy Latino. O samba é, essencialmente, um gênero musical que encanta mais pelo ritmo do que pelas letras, daí o sucesso fora do Brasil ou dos países de língua portuguesa?

Acredito que o que encanta no samba é o conjunto: ritmo e letra. Ambos são importantes para o resultado final. Mas quando cantamos para um público que não compreende a letra, vemos que eles se envolvem no ritmo, claro. E por mais que não entendam o significado daquelas palavras, entram no clima da música e entendem muito bem a mensagem. 

Além dos seus sucessos e dos clássicos do samba, o que o público pode esperar do show no Teatro Riachuelo?

Muita alegria e dança. Estamos preparando o show com muito carinho, para todo mundo sair satisfeito. Espero que todos compareçam!

Serviço

Show Diogo Nogueira
Onde: Teatro Riachuelo (Midway)
Data e hora: hoje, às 21h (abertura das portas às 20h)
Duração do espetáculo: aproximadamente 120 minutos

Preços:

Frontstage: R$100 (inteira) R$50 (meia)
Plateia: R$120 (inteira) R$60 (meia)
Camarote: R$120 (inteira) R$60 (meia)
Frisa: R$ 120 (inteira) R$60 (meia)
Balcão Nobre: R$120 (inteira) R$60 (meia)
Venda: Loja Elementais (Midway - 3213-2934)