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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Volta, Clara... Teatro Clara Nunes, importante centro de produção artística de Belo Horizonte, vai retomar suas atividades ainda este ano, com a parceria do governo de Minas com o Sesc-MG




O ano é 1966. Em plena ditadura militar, entra em cartaz no Cine Teatro Imprensa Oficial, em Belo Horizonte, a peça infantil Liderato, O Rato que Era Líder, escrita por André Carvalho e Gilberto Mansur. A peça conta a história de um país diferente, povoado por ratos, e, por meio de várias situações políticas, leva o público a entender o sentido do voto. Não deu outra: apesar do delírio que causava na plateia, durante o ano em que ficou em cartaz foi censurada pelos militares, por meio do temido Ato Institucional nº 5 (AI5). “Era um texto bem crítico e a censura logo proibiu”, lembra Pedro Paulo Cava, ator, produtor teatral e diretor do espetáculo Liderato. Para ele, esse exemplo de resistência da classe artística contra as imposições políticas do turbulento período da ditadura no Brasil mostra a importância do teatro Imprensa Oficial, criado no início da década de 1960 e que passou a se chamar Clara Nunes em 1993. Ele vai ser restaurado e reaberto ao público ainda este ano – está fechado desde 2009 –, segundo anúncio do governador Antonio Anastasia feito em fevereiro.


A expectativa em torno do novo teatro Clara Nunes é ainda maior, porque sua reforma e administração ficará a cargo do Serviço Social do Comércio de Minas Gerais (Sesc-MG). “Essa oportunidade permitirá que a rua Rio de Janeiro se transforme num corredor de teatros, acoplando o Clara Nunes, que é uma casa de porte intermediário, ao Sesc Palladium, que é grande, um dos maiores de BH”, explica Eugênio Ferraz, diretor-geral da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais. Como o contrato ainda não havia sido assinado, até o fechamento desta edição não se tinha o projeto arquitetônico, com informações de como ficará o espaço, que antigamente recebia até 400 pessoas e chegou a abrigar festivais de cinema, nos anos 1960 e 70.

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