Sabiá...Até um dia!

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sábado, 9 de julho de 2011



A Patronesse


De Clara Francisca Gonçalves Nunes, mineira de Paraopeba, podia-se dizer que trazia a música no sangue. Seu pai Mane Serrador, era violeiro e cantador de folia- de- reis. Órfã desde pequena, aos catorze anos já cantava no coral de uma igreja em Belo Horizonte ao mesmo tempo em que, ajudada pelos irmãos, concluía o curso normal. Não chegou a exercer a profissão de educadora. Com apenas dezessete anos saiu do anonimato ao vencer o concurso “A Voz de Ouro do ABC“, com “Serenata do Adeus”, de Vinícius de Morais. A partir daí sua carreira foi de vento em popa.
Contratada pela Rádio Inconfidência teve, durante um ano e meio, um programa exclusivo na TV Itacolomy de Minas. Em 1965, chega ao Rio de Janeiro e, no ano seguinte, lança seu primeiro LP, pela ODEON.
A gravação de “Você passa, eu acho graça”, de Ataulfo Alves e Carlos Imperial em 1968, marca a opção de Clara Nunes pelo samba. Para a artista, seu canto possuía uma função social. Através dela, procurava resgatar as raízes africanas de nossa cultura. Assim, difundia a música popular brasileira por todo o país, além de realizar temporadas em países da Europa. A construção às suas próprias custas, do Teatro Clara Nunes no Rio de Janeiro (1977) é mais um testemunho de sua disposição de abrir espaço à cultura brasileira.
Lutadora persistente, mulher guerreira, Clara percorreu um caminho de rara coerência, interrompido a 2 de abril de 1983, na Clínica São Vicente. Ela se internara ali 27 dias para pequena cirurgia. “Tenha sonhos coloridos”, disse o anestesista. Clara sorriu e, em questão de segundos, mergulhou para sempre na serenidade colorida dos sonhos”.
Para Luís Martins, jornalista,… “tentar entender a metáfora da morte é como tentar fazer voltar ao rio as águas do mar; trazer a chuva de volta às nuvens e, por fim, compor uma peça artesanal com o sonho”.  Melhor é ficar com o sonho que o canto de Clara Nunes consegue sempre trazer de volta.
ESCOLA COM O NOME DA GUERREIRA!



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